sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Memórias escoteiras

Vendo umas fotos antigas na casa dos meus pais, encontrei algumas do tempo que passei no extinto Grupo Escoteiro Chefe Miguel Ferreira - 3/RN. Infelizmente o grupo já não existe, ficaram apenas memórias que gostaria de compartilhar.

Recebi o Certificado de Promessa das mãos do diretor do grupo, Pedro Maurício, cara de mau, olho de vidro, perna de pau. Nada disso, era apenas um olho de marfim, muito bem feito por sinal. O olho funcionava bem, o único defeito era que não podia enxergar, entendeu essa?

Foi assustador certa vez que ele retirou o olho para lavar nas águas do Rio Doce — naquele tempo podíamos nos banhar lá sem medo algum. Mas temi que a prótese fosse levada pelas águas e eu tivesse de ficar olhando para aquele buraco vazio; era nojento.

Atualmente o 3/RN é outro Grupo — salvo engano, o Grupo de Escoteiros do Mar Pitangui, em Ponta Negra; Pedro Maurício está afastado do Movimento; e eu procurando um novo grupo para participar. Quando decidir em qual ficarei, posto aqui.

Sempre Alerta!

P.S.: Fiz uma correção na foto acima para que meu uniforme ficasse com a cor mais próxima da adotada pela UEB; o meu era de um caqui mais claro.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Feijão masculino

Às vezes estou em casa, tranquilo, estudando, ou fazendo outra coisa qualquer — como agora escrevendo esta postagem — e minha esposa me liga do curso. Quando ela diz: "esposo, prepare o feijão por favor "; eu respondo tá certo, desligo o telefone, bufo pelo nariz, dou um tempo para me acalmar e vou à cozinha.

Já que não tem jeito e vou ter mesmo de preparar o feijão, procuro fazê-lo o melhor possível e ainda de modo que possa me divertir. O resultado está na foto abaixo.


Feijão preto com batata, charque e calabreza.

Acredito que muitos homens — e algumas mulheres também — não sabem preparar feijão. A quem interessar, vou explicar o meu modo, o que não significa que alguém já não prepare desta maneira; seríamos uma versão de cozinha prática como Leibnitz e Newton no desenvolvimento do Cálculo Diferencial e Integral.

Como preparar

Em uma panela de pressão coloque uma certa quantidade do feijão de sua preferência;

Acrescente carnes e/ou frios como charque, linguiça toscana ou calabreza, bacon ou toucinho ou o que tiver, até salsicha ou mortadela serve, mas se não tiver nada disso, sem problema, vai sem nada mesmo. Alguns mais brutos gostam com lagartixa;

Sal não precisa, os frios suprem. Mas se o seu coração for muito macho você pode acrescentar sal à gosto;

Adicione verduras, batatas, cenouras, couve, repolho, ou o que tiver; é saudável e bom demais.

— Quanto menos besteira você tiver, mais rápido o seu feijão ficará pronto; por exemplo, você pode ou não catar o feijão, pode ou não lavar o feijão, pode ou não lavar a panela, pode ou não descascar as verduras, et cetera. Quanto mais masculino for o feijão, menos besteirinhas. Se for tudo limpo não é feijão masculino, é feijão escoteiro, pois "O escoteiro é limpo de corpo e alma"10ª Lei. —

Cubra tudo com água passando cerca de três dedos, ponha a tampa da panela e leve ao fogo alto. Quando a panela começar a chiar, pode baixar o fogo, se quiser economizar gás, e conte entre 15 e 30 minutos — o tempo depende da qualidade do feijão.

Passado o tempo de cozimento é hora de reforgar o feijão, a parte mais simples. Enquanto a pressão da panela é aliviada, frite no óleo e fogo moderado, uma certa quantidade de alho, à gosto — acrescente cebola se quiser.

Dois dentes de alho é o normal, mais que meia cabeça de alho é para macho, até uma cabeça e meia de alho é para machão, mais que isso é insano. — Claro que não estou falando de feijão para um batalhão, mas para uma família normal.

Você pode usar daquele tipo de alho que já vem esmagado ou triturado, esse é o modo besteirento e o alho tem gosto ruim. O macho pica com uma faca ou esmaga com o que tiver mais à mão, um pilão, uma colher, o fundo de um copo, ou mastiga tudo e cospe na frigideira.

Quando o alho estiver dourando ou já dourado, abra a penela de pressão, acrescente o alho e misture. — Se a panela ainda não liberou toda a pressão, será muito difícil abrí-la, por mais macho que seja, não tente, você poderá ser um machão na seção de queimados do Walfredo ou no cemitério. Você pode acelerar o processo levantando a válvula com um objeto comprido; o método mais macho é colocar a panela embaixo de uma torneira fria, prefiro chamar de método leseira.

Aproveite a penela aberta para verificar a necessidade de sal ou de colocar um pouco mais de água. — Se em vez do caldo, o feijão puder ser visto, é melhor colocar mais água cobrindo tudo pelo menos um dedo.

Tampe a panela e leve ao fogo por mais cinco minutos, retire do fogo e sirva quando quiser. Prepare-se para ouvir: "o feijão de painho é mais gostoso", não concordo, em algumas mulheres isso pode gerar ciúmes, mas é parte da recompensa pelo trabalho que você vai fazer uma vez perdida, mas que muitas donas de casa têm de fazer todos os dias.

Dedico esta postagem à minha mãe, que me ensinou a preparar feijão, e à minha esposa que me atura.

Aos demais, bom apetite.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uma vez escoteiro, sempre escoteiro.

Dia 12/Out/2011 fui à Pedra da Boca (Araruna/PB) com alguns amigos e irmãos da igreja. A surpresa foi encontrar por lá um amigo de minha época no escotismo. Ele lembrou-me que "uma vez escoteiro, sempre escoteiro" e convidou-me a retornar ao Movimento.

Depois que me afastei do escotismo tive, por várias vezes, o desejo de retornar, mas o que faltava? Sei lá; talvez uma palavra de ânimo.

Agora já não falta; após dezenove anos de afastamento decidi retornar ao Movimento Escoteiro e espero contribuir de alguma maneira para o progresso do escotismo e o desenvolvimento de muitos jovens escoteiros.